quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Jacarepaguá é Arte", com a bailarina Liana Vasconcelos


    A entrevistada da semana é a bailarina Liana Vasconcelos, moradora da Praça Seca, 22 anos, formada pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa (Theatro Municipal do Rio de Janeiro), pela Royal Academy of Dance (Londres) e pelo Conservatório de Dança de Viena, na Áustria.


    Liana começou sua carreira dançando Ballet na Corpus Escola de Dança, na Praça Seca, onde teve a oportunidade de dar início aos seus estudos.

    “Eu morava próximo à Corpus Escola de Dança e sempre via as meninas na sala de aula de tutu rosa. Com três anos pedi a minha mãe para fazer ballet. Lá, também estudei Sapateado, Ballet Moderno e Ballet Contemporâneo. Depois me formei pela Escola de Dança Maria Olenewa, da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Essa é a escola de dança mais antiga e mais importante do país e que nos confere um diploma profissionalizante do MEC. Participei também de diversos concursos nacionais e internacionais (Cuba e Canadá), e por ter ganho o prêmio de melhor bailarina no Seminário Internacional de Dança de Brasilia 2009, fui agraciada com uma bolsa de estudos para o Conservatório de Viena, onde aprofundei meus conhecimentos. Como profissional, já fui bailarina da Cia. Jovem de Ballet do Rio de Janeiro, da São Paulo Cia. de Dança e também participei (e ainda participo) como convidada em diversos festivais no país”.

    Estudante do curso de graduação em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense, Liana diz que é muito difícil conciliar as aulas na faculdade com as viagens, mas as atividades não deixam de ser prazerosas, mesmo com toda agitação. Bailarina clássica, ela demonstra ser uma artista bastante versátil:

    “Hoje em dia ser bailarino é estar apto a dançar qualquer modalidade, do clássico ao contemporâneo, do moderno ao neoclássico. As companhias de dança trabalham com todos os tipos de repertório. Graças à formação bem diversificada que tive, consigo transitar por todos eles”.

    Liana conta que a dança é uma parte muito importante da sua vida e que proporcionou excelentes experiências, inclusive em outras áreas artísticas:

    “Eu também escrevo artigos e reportagens sobre dança para revistas e jornais do meio artístico. O que é uma experiência interessante, pois me leva a me comunicar apenas através de palavras, o que normalmente só faço através de movimentos quando estou no palco”.

    Como artista, ela se inspira em bailarinos que não se preocupam apenas com a técnica, mas também com a expressão, com os sentimentos e com o contato com o público.

    “Como exemplo, cito a Ana Botafogo, com a qual já tive o prazer de trabalhar, por ser uma artista incrível e que conseguiu levar a dança a todos os tipos de público do Brasil”.

    Liana acredita que o movimento de festivais, concursos e espetáculos de dança em Jacarepaguá poderia ser maior, já que existem tantas escolas de dança no bairro, pois seria uma forma de incentivo à profissionalização dos alunos locais.

Como contribuição aos que pretendem seguir essa carreira, ela sugere:

    “É uma carreira que exige muitos sacrifícios e uma persistência e disciplina enormes. Mas tudo isso é compensado com o aplauso e calor do público ao final de um espetáculo. Portanto, se você ama dançar, vá em frente e não desista. Viva dançando e lembre-se sempre que todo artista precisa ser culto e bem informado sobre sua sociedade. Cultura é essencial!”


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