O entrevistado de hoje é Fabrício Dias, morador da Taquara, que além de advogado, trabalha também como músico, compositor, produtor, e ainda, como articulador de uma rede que tenta resistir às mudanças de mercado. Tank Rock, Vulgare, Festa dos Jacobinos, São Roque Damião são palavras chave para definir quem iremos entrevistar.
Por que música?
“Essa é a pergunta que minha mãe insiste já tem quase uma década. E ainda não sei responder. Mas deve ser aquele brilho, aquele arrepio de pele, o aperto estomacal. Aquela necessidade exagerada de criar, de fazer, e mostrar, estar no palco, tremendo, nervoso, inseguro. A necessidade de cantar junto, de gritar nos shows, quase esfolando a garganta toda, aquelas músicas que se ama. E se ama de verdade, sem muita racionalidade. Acho que é isso. A pura necessidade interior.”
E foi por causa de todo este amor, desta necessidade, que Fabrício caiu neste mundo das bandas de rock e posteriormente na produção dos eventos. Com algumas aulas de canto, outras gratuitas com grande e desconhecidos músicos em fins de noite na Lapa, Taquara, Tijuca, Cefet, UFF, em botecos, com um violão na mão e uma cerveja na mesa, aprendeu o básico da teoria musical.
“E a própria necessidade de mostrar essas músicas, e de compor e participar desse universo, me levou a entrar na produção dos eventos. Não conseguia lidar com a inércia, e com a dependência insensata e perigosa em relação a outros produtores, que a meu ver, sempre se preocuparam muito mais com assuntos obscuros do que com a própria cena em si. E eu como integrante de banda, me interessava pelo cenário, por razões bem pessoais, comecei a fortalecê-lo. Nunca foi altruísmo. Nunca. Por isso entendia o lado dessas pessoas que tanto criticava. Todo mundo tem fome e todos querem comer. A questão é: comer o que?? Mas a verdade, crua e nua, é que caí de paraquedas. Eu só queria ter uma banda para tocar aquele mundaréu de músicas que fazia, e ainda faço descompromissadamente, para não deixar na gaveta do criado mudo aquelas canções gravadas num gravador de fita velho, que ainda utilizo.”
A principal área do músico é Jacarepaguá, por volta de 200 shows foram no bairro, produção eventos e desde 2005 está na atividade. O Tank Rock é uma das produções do músico, antes disso organizava alguns eventos esporádicos na R9 e na sua antiga casa, a festa dos Jacobinos. Antes ainda produzia o São Roque Damião, com o Gustavo (Halé) e o Wagner José (Wagner José e seu Bando). Um evento gratuito, em um lava jato da taquara, com público fiel (umas 300 pessoas, sempre), até os responsáveis pelo lugar perde-lo. Atualmente a cena tem se modificado e o público junto, este momento de transição ainda é um pouco nebuloso para artistas e produtores, “estamos lá, de pé, fazendo e esperando, aguardando a reação do público novo...”.
Já a banda Vulgare, está com ótima aceitação, Fabrício revela que além dos shows, estão com um clipe no Multishow, “que teve uma recepção ótima na internet e nos
meios “reais”, concretos.” e lançaram uma demo, “que costumamos distribuir nos shows da Vulgare, e tem sido ótima a resposta. E digo que tem sido ótima pq entregamos o cd, sem forçar qualquer reação do ouvinte. Nunca perguntamos num momento posterior o que acharam. Deixamos sempre eles nos procurarem pra falar sobre. E isso realmente me impressionou, a quantidade de gente que gostou e nos procurou, seja por email, seja “ao vivo” ou até mesmo por telefone.”
Portanto, se você deseja conhecer um pouco mais sobre o trabalho de Fabrício, seja com a banda, seja na produção dos eventos, contacte-o. A cena cultural de Jacarepaguá precisa desse fomento, do feedback, para se fortalecer. Se deseja enviar seu trabalho para gente, jacarepaguacult@gmail.com, em breve você pode ser o próximo entrevistado!
Contatos:
Fabrício Dias
Cel.: 8109-5025
Pessoal: Fabríciobsdias@gmail.com
Banda: vulgare@gmail.com
É isso aí estrelO. Sucesso!
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