quarta-feira, 16 de junho de 2010

Capital social: Participar, colaborar e fomentar a cultura em Jacarepagua.

"Na nossa definição de capital social, 'social' refere-se à associação, ou seja, o capital pertence a uma coletividade ou a uma comunidade; ele é compartilhado e não pertence a indivíduos (social de sócio, parceiro). O capital social não se gasta com o uso, ao contrário, o uso do capital social o faz crescer."

Esta definição pode ficar um pouco ampla, portanto cabe ao Jacarepaguá Cultural desmembrar o conteúdo. A idéia deste post é incitar a reflexão sobre a interação e participação dos indivíduos, grupos, artistas e Espaços numa compreensão de coletividade para desenvolvimento cultural da nossa região.







Atualmente Jacarepaguá possui uma área territorial de 126,61Km, sendo o 4°(quarto) maior bairro em área do município, a população é estimada em torno de 469 mil moradores e formada por 10 (dez) sub-bairros[1].  Ou seja, realmente é muito complicado unificar todos os sub-bairros. Mas por que não valorizar as expressões locais, fortalecer internamente e intercambiar?

Todo sub-bairro possui moradores, artistas, Espaços de cultura, algumas associações, organizações, etc. Cada um com idéias, vivências, comportamentos, valores, realizando trabalhos, estudos, porém muitas vezes sem conexões. Os maiores problemas das instituições que não articulam com a localidade, e supor o que o bairro deseja, caracterizando projetos sociais que muitas vezes não atendem as expectativas da população ou desinteresse. Nesse contexto que entra o “capital social”. O Capital Social existe e cresce a partir de relações de confiança e cooperação desenvolvidas pelos indivíduos e gruposOu seja, garantido pelo aumento das trocas, da percepção do outro, intercâmbio de idéias, gerando assim o reconhecimento e confiança, com posterior aumento do capital social.

E como isto poderia ser feito?
Essencialmente os Espaços, Instituições, Organizações devem fazer pesquisas, conhecer o outro, os artistas locais, anseios, não uma pesquisa que canse, nem que seja objetiva demais. Mas que seja possível filtrar informações, garantir entrevistas com líderes de um grupo, escolas, artistas e espectadores. Captar uma fonte de comunicação para dentro do espaço, o boca a boca, sendo bem feito, pode ser eficaz, precisamente pessoas engajadas nos meios culturais do bairro, rádios comunitárias, associações de moradores. Conhecer outros projetos que já estiveram na região, duração, motivo do fim, envolvidos. Saber qual área de relevância cultural dos moradores em geral. Finalmente entre outras ações, intercambiar com outros sub-bairros, instituições, trocar informações, todos locais culturais são somas e não rivais, importante saber do poder dessa união. Muitas vezes por oferecerem os mesmos serviços e projetos, subentendem-se concorrentes, quando que no meio cultural é importante garantir a continuidade e permanência do crescimento destas ações.

Alguns Espaços já tentaram fazer esse levantamento cultural, então por que continuam com dificuldade de participantes? Essa é uma pergunta bem difícil de responder, mas como moradora, trabalhando e tendo amigos na região posso dizer: Na maioria das vezes, o costume de ir a áreas mais popularizadas como Centro e Zona Sul, além de muitos espaços terem surgido há pouco tempo, causam descrença, falta de hábito e ainda, não reconhecimento como participante. O trabalho de divulgação ainda não é feito direcionado, muitas vezes sem articulação, o excesso de informação confunde e nada acaba instigando. No entanto, o espectador colaborador pode realizar algumas ações independente do passo inicial do Espaço como, conhecer e reconhecer projetos e Espaços, opinar, participar, divulgar, criticar. Como quem já frequentou, arrisco palpitar, os Teatros do Sesc e Sesi são de ótima infraestrutura e programação em quase todas as áreas culturais, a Lona abrange artistas diferenciados e boa capacidade para shows, o Teatro Iracema de Alencar promove quase sempre comédias a baixo custo, o Camarim das Artes oferece projetos sociais com vínculo a escolas públicas do bairro em ênfase na música e literatura, etc.

Portanto, sociedade e instituições devem saber que nenhum movimento deve ser unilateral, não adianta reclamar sem conhecer, sempre se prender a grandes artistas pra chamar público, promover eventos desarticulados, não participar, não dar chance de conhecer, faltar com o empenho e dedicação, é necessário garantir artistas locais, fomentar a arte, a produção local, ser flexível e dar um voto de confiança.

Jacarepaguá conta com diversas opções culturais e não é a toa que toda semana este blog oferece um post para tal. Gosta de cinema? Tem pipoca com filme no Sesc de graça. Teatro? Sesi, Lona Jacarepaguá, Sesc, Casa dos Artistas. Música? Lona Jacarepaguá, Camarim das Artes, Sesc, Sesi, R9, GRES União de Jacarepaguá. Dança? Sesc, Sesi. Exposições? Centro Cultural Dyla de Sá... Sem mencionar as Oficinas culturais promovidas em quase todas as unidades, quase tudo oferecido a baixo custo. O que falta para conferir?

O Jacarepaguá Cultural surgiu para isso, unificar, colaborar e transmitir informações sobre Jacarepaguá e conteúdo cultural em geral. Esta pouco a pouco se estabelecendo e aberto a contatos, colabore, nosso email é jacarepaguacult@gmail.com, o twitter: @jacarepaguacult.

Fonte: Capital Social, Governança e Participação. Rodrigues, Luis Augusto.


[1] aproximadamente (estimativa feita com base em dados colhidos pelo portal georio: (http://portalgeo.rio.rj.gov.br/bairroscariocas/index_ra.htm)

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